domingo, 16 de fevereiro de 2014

Amor e Morte, no fim de ano da RECORD!

Marcílio Moraes - autor, ladeado do elenco e equipe de apoio
Confira a análise da especialista em telenovelas Helena Vitória, sobre o especial de fim de ano da Record.
Calma! Não há nada de assustador nesse título, muito pelo contrário. A emissora vai trabalhar duas grandes fases da vida, tomando como tema o Amor e assunto, a Morte. Não é de hoje que o amor e a morte são o foco da inquietação da humanidade. Entendê-los tem sido um grande desafio para diferentes culturas, bem como também é distinta a forma como, no curso da história, o olhar artístico tem tentado desvendar-lhes os maiores segredos.
Nesse fim de ano, a Record quer surpreender os telespectadores com o intrigante telefilme O Amor e a Morte. O texto promete ser mais um clássico na galeria de bons trabalhos da emissora. Assinado por Marcílio Moraes, um veterano da teledramaturgia brasileira, O Amor e a Morte, segundo o próprio autor, baseia-se em quatro contos de Thomas Mann: A Morte, Desejo de Felicidade, A Queda e Anedota, que guardam um traço de ironia sutil do autor, muito presente nesses textos.
Não foi por acaso a escolha. Marcílio Moraes homenageia os 150 anos da presença alemã no Brasil, mostrando a relevância da cultura desse povo e de sua influência não só em terras brasileiras, mas também em todo o mundo, por meio de uma temática que propõe um olhar mais atento sobre o ser humano. Outro fator decisivo para que Moraes se voltasse para Thomas Mann está na biografia desse grande nome da literatura alemã: sua mãe era brasileira, nascida em Paraty, Rio de Janeiro.
Com esse trabalho, o autor pretende ousar. Essa é uma característica peculiar em sua escrita extremamente fina. Além de Mann, outro nome alemão que faz parte da seleção para O Amor e a Morte é Bertolt Brecht. Marcílio, em seu site afirma: “Mantive uma construção épica, mas deixando as cenas mergulharem em um tom dramático, transportando o telespectador para dentro da ação e não contrapondo o telespectador a ela. Como fazia Brecht”.
O especial chega “grande” na tela da Record, não deixando nenhuma dúvida sobre para que veio. Com um reduzido elenco de veteranos na TV, cuidadosamente selecionados estão Adriana Garambone, Floriano Peixoto, Giuseppe Oristanio, Gabriel Gracindo e Thelmo Fernandes. A direção é de Marco Altberg.
A história começa com um misterioso convite feito por Henrique (Floriano Peixoto), protagonista da história. Ele reúne seus amigos para contar-lhes que tem certeza de que sua morte será no dia seguinte, 13 de outubro de 2013. Ele afirma que sabe disso há mais de 20 anos. Assim, como não poderia deixar de ser, o amor e a morte passam a ser a pauta do encontro. Seus amigos, a fim de fazê-lo esquecer sua data agendada de morte, começam suas narrativas envolvendo esses temas. Isso nos remete também à Sherazade em As mil e uma noites, que, para evitar a própria morte, passa a contar histórias para o seu marido, o sultão.
No entanto, ao contrário do que se possa pensar, Marcílio garante que não há nada de mórbido mesclado à história. O encontro é apenas uma forma de encarar os fatos e falar deles. O anfitrião tem certeza de que vai morrer e quer comunicar isso aos amigos. A revelação, sem caráter traumático, também servirá para que os convidados possam refletir sobre suas vidas e seus amores.
A história não explica nada de maneira convencional, ou seja, por onde ele esteve durante sua ausência, o que pretende desenterrar com tal revelação, enfim. Tudo é um profundo e ardiloso mistério, como as águas turvas de um lago. Esse drama, podemos assim chamá-lo, cheio de climas e resumidos diálogos poderá ser conferido nesta sexta-feira, dia 20, às 00h15, marcando o fim de ano da Record, disso não se pode ter dúvidas!

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