sexta-feira, 25 de julho de 2014

Nossa Entrevistada, Renata Pallotini!

Por Helena Vitoria

O que mais me impressiona na evolução do ser humano é saber que milhões de pessoas mundo afora, de todas as idades e classes sociais, conseguem  se emocionar com as muitas histórias contadas pela nossa literatura e com o que muitas vezes nos é apresentado na televisão. Todo o mérito de mexer com as emoções cabe aos escritores do nosso tempo, pois, por meio de suas mãos e ideias, ainda que às vezes estejam tão distantes de nós, sua escrita torna-os muito próximos, porque conseguem mesclar realidade e ficção com evidente maestria.

Não à toa, muitos psicanalistas e estudiosos comparam a experiência da ficção com sonho. E, imerso nesse “sonho”, o blog “amigos imortais” trouxe aos seus leitores essa entrevista com a paulistana Renata Pallotini, que cursou direito, filosofia e dramaturgia. Escritora, ensaísta e tradutora também fazem parte do seu extenso currículo. Daí, sua facilidade em produzir tantas preciosidades para o teatro e televisão. Dentre seus muitos trabalhos televisivos, destaque para Vila Sésamo e Malu Mulher. Já, na literatura, perdem-se as contas nessa estante gigantesca de conhecimento e reconhecimento. Pallotini tem obras encenadas por criadores assíduos da cena nacional, como Silnei Siqueira, Marcia Abujamra, Gabriel Villela e José Rubens Siqueira. Sua escrita demonstra a compreensão do processo histórico e social do país e da literatura moderna. Em seus trabalhos, ela consegue reunir uma ordem lógica dentro de uma visão mais introspectiva. A escritora, que também é uma pesquisadora brasileira e latino-americana, faz uma análise aguçada da realidade em várias de suas obras. Sua narrativa tem a facilidade de transportar o leitor para além das fronteiras do tangível. É um convite a um mundo tão “real” e apavorante quanto àquele em que vivemos. Sejam bem- vindos a ele!

Televisão

Blog: Qual a sua análise sobre o veículo televisão?
Renata Pallotini: A televisão amplia o conhecimento e a portabilidade de conteúdos que, antes, eram privativos de teatro e cinema, entre outros.

Como foi o início de sua história com a televisão?
Isso se deu em 1972, quando escrevi, em colaboração com Chico de Assis, os textos da série para crianças “Vila Sésamo”, a convite de Ademar Guerra, para a TV Cultura.

A senhora acredita que a televisão é um modo de organizar a sociedade ou ela traça um caminho para a manipulação de uma classe social?
A TV tem um pouco de tudo, de bom ou de mau. Depende de nós, público, escolhermos o que mais nos agrade.

A televisão teve muita importância lá atrás, em 1950. Em sua opinião esse veículo permanece como elemento importante no cotidiano do ser humano?
Sem dúvida, sim.

A TV mutilou a dramaturgia ou ela veio ampliá-la ainda mais?
Creio que a TV criou uma nova forma de Dramaturgia adaptada às suas necessidades, como veículo de conteúdo e de imagem.

Fale um pouco sobre seu livro Dramaturgia de Televisão, livro que me direcionou a ver a TV talvez como eu nunca a tivesse observado. Nessa obra, a intenção é mostrar que há inexistência de comunicação entre emissor e receptor?
Não. Não creio que eu tivesse escrito o livro, se pensasse assim. A comunicação existe, e pode ser de bons ou maus conteúdos, valendo-se, inclusive, de conhecimento do meio, do instrumento.

Literatura

O que a caracteriza e diferencia enquanto criadora? A intensa atividade no teatro, na TV, na poesia, enquanto professora? Os trabalhos burocráticos e administrativos, incluindo a vida política? Enfim, qual o chão que a Renata Pallotini considera fecundo?
Um escritor tem a necessidade de escrever, para se comunicar e, naturalmente, dependendo do gênero que escolhe, para expressar-se , exteriorizar seus pensamentos e emoções.

São inúmeras suas obras. De ensaios à  poesia, literatura infantil, teatro e tantos outros caminhos e atalhos para o conhecimento. O que mais a aproxima do ser humano? Essa intensa produção a faz alcançá-lo com facilidade?
O que mais me satisfaz é, indubitavelmente, a Poesia. Nela eu me sinto mais à vontade, embora seja muito exigente na seleção. Acontece, às vezes, de eu escrever 10 poemas e salvar apenas um...

Qual foi o trabalho que lhe abriu as portas para a ficção? Qual foi o momento em que se voltou para ela?
Creio que comecei a fazer ficção com meus livros infantis... O Teatro também me ajudou a fazer diálogos, criar cenas individualizadas, o que se pode e deve fazer na ficção.

Deixe um recadinho bem pessoal aos escritores e leitores na data em que se comemora o dia do escritor. Pois a existência do escritor, em parte se deve ao leitor.
Não desistam, companheiro/as.

Educação

Neste dia 25 de julho, dia do escritor, também comemora-se o dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. Qual sua posição sobre a inserção do afro-brasileiro no universo televisivo? Na dramaturgia ele aparece ou ainda existe a exclusão do negro dentro da teledramaturgia? Qual a sua posição sobre essa realidade?
Para mim não existem raças; portanto, negro e branco são seres humanos. Devido, naturalmente, ao racismo, que existe na sociedade de modo geral, a TV andou pecando ao excluir ou limitar o trabalho dos atores e atrizes negros. Mas esse pecado está sendo sanado.

Caso também perceba essa exclusão, a senhora acredita que a educação ainda pode reeducar o brasileiro quanto ou para isso? Seria o caso de reinventar alguns processos educativos? Dá tempo?
A educação pode tudo. A questão é de vontade, de recursos materiais, de boa escolha de mestres e um tratamento eficiente com estudantes.

Qual o tipo de avaliação a senhora faz ao tipo de educação vigente no Brasil? Caso seja contrária, o que falta nos pilares educacionais?
Falta muito: novo plano, nova orientação, mais recursos, preparação de mestres,reeducação de estudantes, ambientes adequados... Muito, como se pode ver.

Percebe-se que há um número expressivo de internautas na web. Com isso, estamos assistindo à popularização dos “leitores” digitais e tablets. Em sua opinião, isso é bom ou a internet é um campo minado para a busca do saber?
A Internet, se bem utilizada, é um meio novo fabuloso para o progresso da informação, educação e divertimento.

O pensador e romancista italiano Umberto Eco uma vez fez a seguinte afirmação: “o excesso de informação provoca a amnésia”. Qual a sua opinião sobre essa fala?
Quando se trata de excesso é, sem dúvida, verdadeira a afirmação. O excesso é prejudicial sempre.

Em sua opinião, o que ajudaria a formar leitores no Brasil?
A educação, em primeiro lugar;depois, a existência de livros acessíveis aos jovens e aos desfavorecidos, uma das poucas coisas que temos que aprender com os países socialistas.



quinta-feira, 24 de julho de 2014

Vitória, a nova superprodução da Record



Já foi batida a claquete para mais uma produção da teledramaturgia da Rede Record: “Vitória”, novela de Cristiane Fridman, que chegou com a missão de consolidar, cada vez mais, o núcleo de teledramaturgia da emissora.

Com ares de superprodução, a trama da bem-sucedida autora traz em sua história cerca de 50 nomes do cast da emissora. Os trabalhos no RecNov, moderno complexo de estúdios da Record no Rio de Janeiro, estava a todo vapor. Cenários, figurinos, equipe técnica e atores às voltas para acelerar os trabalhos e verem sua atuações em tela.

A direção mais uma vez aposta em jovens atores para encabeçar a comissão de frente deste enredo: Bruno Ferrari, que na emissora já atuou, entre outras, em “Bela, a Feia” e na bem-sucedida “Chamas da Vida”, novela também escrita por Cristiane. Sua última trama na Record foi “Balacobaco”. Já a outra protagonista, Thais Melchior, aparecerá em seu primeiro trabalho na emissora.

Para atazanar a vida do casal de mocinhos foram escalados Juliana Silveira (que já esteve em “Luz do Sol”, “Chamas da Vida” e “Balacobaco”), e Marcos Pitombo (de “Vidas em Jogo”, “A História de Ester” e “Mutantes”) novelas já exibidas na casa. Além dos jovens protagonistas e antagonistas, a Record aposta em nomes de peso para dar fôlego ao novo folhetim, como Beth Goulart, Heitor Martinez, André de Biase, Antonio Grassi, Gabriel Gracindo, Lucinha Lins e Paulo César Grande, entre outros.

Cristiane Fridman não pretende inovar na linguagem de “Vitória”, mesmo porque isso está cada vez mais difícil após décadas de produções teledramáticas na televisão brasileira. Porém, temas polêmicos serão abordados, a começar pelo entrecho central. Artur (Ferrari) fica paraplégico após sofrer um acidente de cavalo. Sentindo-se rejeitado pelo pai, ele vai embora com sua mãe Clarisse (Beth Goulart). Anos mais tarde retorna ao haras, de mesmo nome da novela – Vitória e, descobre que seu pai tem outra família. Assim, motivado pela descoberta de que não é filho biológico de Gregório (Antonio Grassi), o jovem inicia um plano de vingança.

Artur resolve conquistar o coração da joqueta Diana (Thais Melchior), filha da nova família que Gregório formou e sua suposta meia-irmã, tudo para fazer seu pai sofrer acreditando tratar-se de um incesto. Mas ele se apaixona de verdade e começa sua via sacra, tendo que decidir-se pelo amor de Diana ou pela insistência na vingança motivada pela mágoa que tem do pai. Além de incesto, o enredo vai explorar outros temas, como neonazismo, assédio sexual e striptease masculino (que promete ser a parte cômica do folhetim).

Dirigida por Edgar Miranda, “Vitória” é uma das grandes apostas da Rede Record para 2014. Investimentos não foram poupados, e as primeiras cenas – se nada mudar – serão gravadas em Curaçau, no Caribe. Agora é esperar a expectativa da estreia e torcer pela emissora estabilizar o folhetim em horário fixo, para que o público não perca o interesse. Seria lamentável ver mais uma trama patinar na audiência, afinal, boa repercussão é garantia de novas produções, mais opções para o público e rebuliço no mercado para os profissionais da área. A emissora deposita suas fichas no sucesso da nova trama, principalmente por tratar-se de autoria de Cristiane, responsável pelo último êxito da dramaturgia do canal, “Vidas em Jogo”. É esperar para ver se “Vitória” terá, literalmente, muitas vitórias.

http://www.recordistas.net/2014/05/vitoria-nova-superproducao-da-record.html